A obra foi originalmente encomendada em 1928 pela bailarina russa Ida Rubinstein, que queria um balé de caráter espanhol. Bolero é uma peça musical de um único movimento, que se destaca pela sua estrutura repetitiva e hipnótica. Ravel construiu a obra sobre duas melodias simples, que se repetem incessantemente por 18 vezes, sobre um ritmo constante e invariável tocado pela caixa.
A genialidade de Ravel reside na sua orquestração. A cada repetição, novos instrumentos são adicionados ou substituídos, aumentando gradualmente a intensidade e o volume da música, culminando em um poderoso crescendo final com toda a orquestra. Ele explorou as cores e timbres de cada instrumento de forma magistral, criando uma sensação de tensão crescente e um efeito quase onírico.
A estreia do balé "Bolero" aconteceu em 22 de novembro de 1928, na Ópera Garnier em Paris, com coreografia de Bronislava Nijinska e Ida Rubinstein dançando. A coreografia sensual da peça causou escândalo na época.
Curiosamente, o próprio Ravel ficou surpreso com a enorme popularidade que a obra alcançou. Ele chegou a afirmar que o "Bolero" era apenas um "estudo de orquestração", sem grande profundidade musical. Mas a peça tem uma natureza paradoxal: simples em sua concepção melódica e rítmica, mas complexa e avassaladora em sua execução orquestral. Apesar da visão modesta de Ravel sobre sua própria criação, o Bolero transcendeu o balé e se tornou uma das peças de concerto mais executadas e reconhecíveis da música clássica.
DG, com seu violino virtuoso, traz uma nova dimensão a essa obra-prima. Embora o Bolero seja famoso por seu desenvolvimento orquestral, a interpretação de Garrett demonstra como a melodia e o ritmo podem ser cativantes e poderosos mesmo em um arranjo diferente, destacando a beleza da composição de Ravel e a capacidade expressiva do violino!
Vídeo oficial Bolero: https://www.youtube.com/watch?v=vDwp9jBRCzU
Imagem DG: Ringlstetter - 27fev25
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