domingo, 26 de outubro de 2025

Entre teclas, cordas e luzes!


Um conto para o domingo!

A cidade lá fora pulsa como uma partitura viva — cada janela acesa, cada farol distante, uma nota no compasso da noite. Dentro do apartamento, o silêncio faz parte da trilha sonora. O piano repousa como um velho amigo, sua tampa fechada servindo de altar para pautas musicais, um violino e uma xícara de café que ainda solta vapor.

Ele está ali, de pé, encostado na moldura da janela. O arco do violino ainda na mão, os olhos perdidos nas luzes da cidade. Trabalhava a horas, mas a música não o deixava em paz. Uma melodia insistente ecoava em sua mente — não para o violino, mas para o piano. Um tema novo, talvez o início de uma suíte. Ele não se considerava pianista, mas o piano era seu laboratório secreto, onde a criação ganhava forma antes de ser entregue às cordas.

Volta ao piano. Afasta as pautas com cuidado, empurra o violino para o lado. Senta-se. Os dedos deslizam pelas teclas como quem procura palavras num idioma que não domina, mas ama. A melodia surge hesitante, depois firme. Ele anota com o lápis, rabisca com a caneta, corrige, repensa. A xícara de café já está fria, mas ele não nota.

Lá fora, a cidade continua seu espetáculo. Ali dentro, nasce uma nova composição — feita de insônia, de luzes distantes, de teclas e de cordas. Amanhã, talvez, ela seja tocada no violino. Mas esta noite, ela pertence ao piano!

Ilustração gerada pela IA Microsoft Copilot, lembrando a figura de David Garrett.
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