“Mesmo Se Nada Der Certo” (“Begin Again”) é um destes raros romances agridoces, que ousam tratar os seus personagens como gente de carne e osso. A trama é corajosa por defender uma postura contrária ao sistema e aos artistas que se vendem por dinheiro.
Keira Knightley vive Gretta, uma jovem compositora sem confiança no próprio talento que se vê sozinha em Nova York depois de perder o namorado (Adam Levine) para a fama. Mark Ruffalo é um produtor musical desprestigiado por suas escolhas profissionais e pessoais. Ele a vê tocando sozinha e visualiza o que ela poderia se tornar. Uma epifania ébria que pode redimir os dois.
Ao longo do filme uma consideração do produtor musical nos prende a atenção, exigindo uma reflexão sobre ela, veja:
"Nenhuma mulher deve sonhar constituir uma família tradicional com um músico. Ele até pode apaixonar-se temporariamente por ela, casar e ter filhos, mas não será algo permanente... Ele vai estar sempre apaixonado pelas músicas que cria, pelas músicas que recria e interpreta, pela adrenalina dos shows, pelas luzes do palco, pelo público que enche as salas, pelo dinheiro que consegue ganhar, pelas viagens que faz, pelas pessoas temporárias que vai conhecendo ao longo do caminho, pelo sexo fácil que obtém... Um músico nunca será um homem tradicional de família, embora todos os músicos deem muita importância à família e todos a procurem como porto de abrigo quando a vida corre mal. Mas um verdadeiro músico é um lobo solitário. Não faz por mal... simplesmente não consegue ser outra coisa... ele/ela não é exclusivo de ninguém porque é de todos!”
Fonte: Adoro cinema
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