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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Traduzir a alma em melodia não é tarefa simples!

Compor boa música não é só arte, é também ciência e auto-conhecimento. Compor é como brotar água da fonte: forma um fio que vai engrossando, se transforma em riacho, abre caminho para se transformar em rio que desliza tranquilo por um leito livre, mas aos poucos vai se enchendo de pedras e obstáculos, obrigando a corrente a se agitar, voltear e explodir em borrifos, respingos e orvalhadas, mergulhando em corredeiras impetuosas para depois emergir novamente em um flúmen tranquilo... ou então despencar em uma impressionante queda d’água. Seja como for o caminho, depois que começa a fluir nada pode fazer a água ou inspiração parar, nascendo uma melodia aprazível e intensa, que expressa aquilo que não pode ser dito em palavras, mas também não pode permanecer em silêncio.

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