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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Um conto de Natal!


Nevava suavemente na av. Central Park West, minúsculos flocos de cristal gelado gotejavam do céu, dançando e festejando o natal branco. 

O músico sentia o prazer da caminhada na neve, devagar, saboreando cada passo, os brilhantes cristais cobrindo sua roupa e seus cabelos. Embora às vezes precisasse ficar sozinho, ele sentia a premência do chamado para voltar aos braços da sinfonia que ele havia composto para sua vida! Afinal, ele era Música! 

Sempre que possível o Natal era em NY. O grande apartamento ficava pequeno para reunir a família, os pais, os irmãos, os sobrinhos e os amigos mais chegados. 


Ele inspirou profundamente e sentiu os cheiros do natais em sua memória, somados ao vento gelado e cortante, invadirem seus sentidos... o aroma das amêndoas caramelizadas e do Glühwein, o vinho quente temperado, misturados às fornadas de Spekulatius (tradicionais biscoitos de especiarias), Lebkuchen (pão de mel), Vanillekipferln (biscoitinhos de baunilha e amêndoas, Stolen (bolo natalino com frutas) e Zimtsterne (estrelinhas à base de amêndoas e canela, cobertas de glacê)... e ouviu os acordes da valsa... 

Desde criança sua parte nos preparativos da festa do Natal era fornecer a trilha
sonora. Com seu violino ele embalava a animação da festa. Mas, agora, já não precisava mais se preocupar muito com isso. 

Quando deu por si, estava de volta ao seu edifício e lançou o olhar para os andares altos, piscando de satisfação ao reconhecer as luzes de seu próprio lar tão iluminado, que piscavam para ele, como se reclamassem sua ausência. Tomou o elevador e apurou os ouvidos. O som distante começou a ficar cada vez mais claro e ele pode reconhecer claramente os acordes da valsa que compusera há tantos anos atrás. Ainda era uma de suas preferidas... estava sendo tocada em seu "Jean Baptiste" e ele conhecia cada nuance de cada nota, assim como conhecia cada centímetro da pele que recobria seu corpo. 

Sentiu o frissom começar na base da coluna, subir até seus ombros, tomar seu couro cabeludo e espalhar-se por seus braços arrepiando todos os pelos, para então descer pelo corpo, escapando pela sola dos pés... ele não podia evitar... era como se ele próprio estivesse tocando... e isso sempre o deixava surpreso, fascinado... e orgulhoso! 

Saiu do elevador no hall privativo e parou em frente a porta aberta do apartamento, esperando simplesmente pela última nota. Fechou os olhos para saborear aquele momento, ensaiando um passo para entrar, quando sentiu seu corpo ser envolvido em um abraço quente, delicado e feminino! 

- Olá papai, eu sabia que tocando a valsa ia trazer você de volta!

Um comentário:

  1. FELIZ NATAL , PAGANINI.
    SERÁ QUE AINDA NOS ENCONTRAREMOS NESTA ENCARNAÇÃO?

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