Luis Rojas Marcos é um veterano psiquiatra que, em sua caixinha de socorros, tem sempre três pequenos mas eficientes conjuntos de palavras para sacar: "conte-me, perdoe-me, te amo" e seus conselhos servem para todos nós!
“Conte-me” exige que você esteja disposto a escutar, o que nem sempre acontece conosco, pois saber escutar não é uma tarefa fácil, exige o domínio de si e envolve disposição para captar a mensagem do outro, fazer um esforço para escutar sem interferências internas ou externas, além de exigir boa vontade e paciência.
“Perdoe-me” é fundamental, porque sem perdão não há futuro na vida e se você não perdoar, você adoece. O perdão é fundamental para sobreviver, para se reinventar, pois a vítima é uma pessoa limitada por sua ferida aberta, o que não é saudável, fecha você no papel de traumatizado e não deixa abrir outro capítulo na vida com expectativas, esperanças e criatividade. E, a dor atinge a todos sem exceção, perdas, traumas, separações e momentos ruins chegam às vezes por até 4 vezes na vida.
“Te amo” é fantástico, especialmente se for verdade e você tiver alguém para dizer isso. Nós dizemos isso, mas só dizemos por dentro. E é bom verbalizar. Mas não somente ao outro, mas a nós mesmos. Dizer a você: “olha, eu te amo muito” é muito útil, é como um remédio de alta potência.
Todos nós deveríamos ser mais faladores. Falar muito consigo mesmo, às vezes em voz alta, às vezes em voz baixa, pois isso ajuda a nos administrarmos, a nos encorajar, a estabelecer limites. Falar consigo é fundamental no dia a dia.
As pessoas extrovertidas, que falam mais, que se conectam com os outros, estão mais satisfeitas com sua vida em geral e a razão é simples: ao se conectar com os outros, temos relações afetivas, nos ajudamos, compartilhamos e nos apoiamos em situações difíceis, e também nos queixamos e pedimos ajuda se precisamos.
Morder a língua, só quando vamos cometer um deslize, quando sabemos que o que diremos vai criar um conflito ou ferir alguém, então é melhor se calar. E nunca insultar, pois o insulto ataca a autoestima, a identidade e o valor da pessoa. Não acrescenta nada e as palavras não são levadas pelo vento.
O que acontece com todas as pessoas é basicamente o mesmo: medo, tristeza, angústia ou necessidade de que nos orientem em algum momento da vida. Mas tem remédio, e muitos, para começar: falar, contar o que acontece e pedir ajuda!
Fica aí a dica para você DG e para todos nós!
Fonte: El País/ Luz Sánchez-Mellado
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