DG já tocou com os melhores maestros da atualidade, alguns verdadeiras lendas... maestros cujos braços esculpem o ar, enquanto uma mão se fecha, um dedo indicador se projeta... o torso oscila para frente e para trás. Como músico, DG compreende perfeitamente o que o maestro diz a ele e à orquestra com seus gestos, mas nós, simples mortais, não sabemos como, a música jorra em resposta a aquela dança misteriosa no pódio, música coordenada com precisão e emocionalmente expressiva.
O público dos concertos sintoniza os ouvidos na orquestra e invariavelmente fixa os olhos no regente. Mas mesmo o ouvinte mais experiente pode não ter consciência da conexão sutil e profunda entre a sinfonia de movimentos do maestro e a música que emana dos instrumentistas. É como tentar entender pessoas que falam em uma língua totalmente desconhecida.
A arte de reger não se limita a gestos semafóricos. É uma dança em compasso de dois tempos, envolvendo corpo e alma, gestos físicos e personalidade musical. Um regente com o maior domínio técnico do mundo pode produzir performances insossas. Outro, que faça gestos aparentemente incompreensíveis, é capaz de gerar transcendência.
O objetivo fundamental do regente é infundir vida a uma partitura escrita, através do seu estudo, de sua personalidade e sua formação musical. Então, ele demonstra o sentido da música por meio de seus movimentos corporais. Cada regente usa um estilo singular, mas todos querem arrancar dos músicos a performance mais grandiosa possível.
Isto é reger!
Imagem: David Garrett, maestro Riccardo Chailly & Filarmonica de La Scala em Milão - frame ARD
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