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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Hemiola!


Para ser um músico de qualidade não basta aprender como trabalhar com a matéria prima da música, o som, é preciso aprender também sua sintaxe poética, a linguagem do música.

DG deve ter um companheiro que ele certamente consultou muito ao longo de sua vida: um dicionário musical. Um daqueles que assustam pelo seu tamanho, mas possui todos os vocábulos que dizem respeito à linguagem da música; imprescindível para qualquer estudante ou profissional do ramo. E as palavras que lá encontramos descritas podem ser, por sí só, belas, interessantes, diferentes, misteriosas, assustadoras... mas todas muito instrutivas, como... 

"Hemiola" que tem origem nas palavras gregas "hemi", que significa metade, e "holos", que significa todo; traduzindo um e meio. Assim, uma hemiola é um padrão rítmico que usa uma razão de três para dois. Os gregos, sempre preocupados com proporções, notaram que três dividido por dois dá uma vez e meia, daí sua descrição da palavra.

Hemiola é uma técnica de sonoridade única que pode dar a qualquer ritmo uma sensação sincopada e fora do comum. Quando usada corretamente, traz um efeito surpreendente para a música, o pulso rítmico se desvia entre a métrica dupla e tripla, movendo-se para frente e para trás ao mesmo tempo, sincopando o som para ativar os músculos da dança.

Talvez o uso mais popularizado do padrão hemiola seja encontrado em “America”, de Leonard Bernstein, no seu brilhante musical “West Side Story”, onde o efeito da modulação entre o medidor duplo e o triplo é particularmente forte.

Interessante, não?

Fonte: Flypaper
Imagem: David Garrett FB 

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