Por trás de cada CD que DG lança, existe um trabalho altamente técnico e especializado. “Criadores de equipamentos, ainda pouco conhecidos pelo público, são os responsáveis pela evolução do registro musical.”
Resumo de matéria da Revista Continente | reportagem especial | ed. 172-abr 2015 | Texto YELLOW
“A música é um dos mais ubíquos mistérios da humanidade. Assim como a consciência, a gravidade e o magnetismo, conseguimos reconhecê-la, classificá-la, discuti-la, consumi-la e produzi-la. Porém, ninguém sabe exatamente por que a organização de frequências sonoras em padrões harmônicos é capaz de gerar reações emocionais nas pessoas.
Os sons que manifestam a música precisam ser idealizados ou descobertos antes de ordenados em uma composição, que precisa ser interpretada através de instrumentos, para que venha a substancializar. Os instrumentos, por sua vez, caem em novas mãos, mesclam seus sons aos de outros, e guardam em
sua estrutura possibilidades e restrições, que ajudam a expressão criativa e a composição de mais peças musicais. Em determinado momento, aprendemos a capturar as canções, através das técnicas de gravação sonora. E, por meio de diferentes suportes de distribuição e teledifusão, é possível hoje que uma melodia seja replicada a ouvidos de todo o mundo ao mesmo tempo.
Enquanto louvamos as figuras dos compositores e intérpretes, frequentemente esquecemos de dar crédito e agradecimento aos inventores dos objetos e técnicas que permitiram a composição, gravação e divulgação das músicas que amamos.
Conheça alguns destes técnicos:
Conheça alguns destes técnicos:
ALAN BLUMLEIN: o som estereofônico foi criado em 1931, pelo engenheiro eletrônico da EMI
PHIL SPECTOR: o americano foi um dos gênios da gravação famoso pela técnica Wall of Sound.
JOE MEEK: do outro lado do Atlântico, com sucesso comercial bem mais modesto, um engenheiro de som com experiência de trabalho em estúdios de grandes gravadoras, o então produtor estava, à mesma época, conseguindo resultados similares com uma abordagem oposta à de Spector.
Nos anos 1960, uma revolução aconteceu nos estúdios de gravação musical, quando a maior parte das gravações de música era feita em apenas uma ou, no máximo, duas faixas. Entre 1962 e 1972, a tecnologia de gravação multicanal, ou multitrack, progrediu até chegar a 16 canais. Isso permitiu que cada instrumento fosse gravado separadamente, ocupando sua própria pista na fita magnética e a mixagem final ser trabalhada após a gravação. Se compararmos uma gravação de 1962 a outra, feita 10 anos depois, a diferença na qualidade de som provavelmente será enorme. Mas se compararmos uma dos anos 1970 e outra atual, a diferença não será tão evidente.
GEORGE MARTIN: em 1963 o produtor começou a usar um gravador de quatro pistas para gravar os Beatles. Com isso, poderiam “dobrar” as vozes, sobrepondo tomadas e acrescentar instrumentação, para criar um som mais sofisticado.
BRIAN WILSON: no início de 1966, , o gênio compositor dos Beach Boys, começou a trabalhar em “Pet Sounds”, um disco que tentava eclipsar tudo o que os Beatles já haviam conseguido fazer em estúdio até aquele ponto.
GLYS JOHNS: o engenheiro de som, que trabalhava, entre outras bandas, com os Rolling Stones, foi o primeiro a usar três microfones para a gravação da bateria, conseguindo simular para o ouvinte a sensação de estar posicionado à frente do kit.
As mesas de som de 16 canais causaram uma profunda mudança na maneira como a música era gravada. A partir da década de 1970, como cada instrumento poderia ocupar sua própria pista, os produtores passaram a gravá-los separadamente, criando a possibilidade de um som mais puro, mas também aumentando muito o tempo de gravação e de mixagem.
LEO FENDER: Embora tenha contribuído também com o design de amplificadores, efeitos como o reverb e contrabaixos elétricos, a maior contribuição de Fender ao mundo da música foi o projeto de modelos de guitarras elétricas que são usados e influenciam a música até os dias atuais.
LES PAUL: O guitarrista de jazz, country e blues americano é mais conhecido pelo design da guitarra elétrica da Gibson que leva o seu nome, mas é creditado como autor ou pioneiro de inovações na gravação de áudio.
RUPERT NEVE: O engenheiro pode ser considerado um artesão de equipamentos de gravação. As mesas de som que ele produziu em sua empresa, Neve Electronics, entre 1962 e 1973, são joias eletrônicas, apreciadas e conservadas.
ROBERT “BOB” MOOG: um dos maiores responsáveis pela popularização do sintetizador foi. Ele não foi o criador do primeiro sintetizador, mas seus produtos tiveram a importância de estabelecer padrões comerciais para a fabricação de sintetizadores, produtos revolucionários que finalmente colocaram nas mãos de artistas equipamentos que, anteriormente, eram disponíveis apenas para acadêmicos e engenheiros
ÁUDIO DIGITAL: Limitações ao número de pistas que podem ser usadas em uma gravação, sem perda de qualidade, só foram realmente derrubadas com a chegada do áudio digital. A lista de pessoas que contribuíram para a criação da interface gráfica é infindável. Vem desde Douglas Engelbart e Bill English, criadores do mouse, passando por Tim Mott, criador dos ícones, e terminando em empresas como Macromedia e Steinberg. Inovações continuam a acontecer nos softwares de gravação. O software tem influência profunda nos processos de composição dos artistas da última década.”
Fonte: Revista Continente
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