O Queem Mary 2 é inglês e nada nele é descontraído, exceto, talvez, o restaurante selfservice e o cassino.
Tudo no navio segue à risca o modo britânico de ser, a decoração luxuosa e sóbria, o grande lob central, equivalente às praças onde as pessoas sentam para olhar as outras pessoas, as lojas caras frequentadas apenas por idosos e ricos, o restaurante à la carte onde as pessoas entram com seus melhores trajes, os vários bares e pubs onde muitos procuram distração e rola uma música asséptica, a academia de ginástica, o spa, a biblioteca vazia, o pequeno e aconchegante teatro em tons de vermelho, o cinema, as passarelas externas onde uns poucos praticam jogging e só alguns corajosos sentam-se nas espreguiçadeiras por causa do frio... a piscina onde rola uma balada comportada, tudo distribuído em 13 andares, com muitas escadas, seis elevadores e corredores sem fim. O navio comporta 2600 pessoas confinadas em um pequeno espaço, esbarrando umas nas outras todo tempo, muitas simpáticas, outras nem tanto.
Cinco metros à esquerda da entrada do "Royal Teatre", a casa de espetáculos faz esquina com um corredor cheio de mesas para montar quebra-cabeças e outros jogos, um ponto relativamente sossegado, com grandes janelas e a primeira era minha favorita para sentar e tomar notas em meu notebook.
Estive por ali todos os dias e pude presenciar muitas coisas interessantes, como, por exemplo, a grande movimentação do negócio da troca e conquista de mais bilhetes para os shows de DG, como o assunto era gerenciado e por quem; vi alguns membros da equipe sendo assediados e dois deles entregando alguns convites para fãs e recebendo efusivos agradecimentos pelo favor; troquei algumas palavras com Tobias, o gerente de negócios, com Dick, o engenheiro de som, com Franck depois de sua tarde de autógrafos e com um outro simpático membro da equipe técnica, que me retirou gentilmente do teatro desculpando-se por me expulsar, pois, entrei sem ser convidada; e todos os meninos da banda se aproximaram pelo menos uma vez para espiar pela janela e, claro ganhei um polido “alô, como vai” e também vi constantemente uma mulher com ares de poucos amigos, que acredito fazia parte da trupe, entrando e saindo do teatro a todo momento, vigiando DG como um gavião, na tarde de autógrafos, o tempo todo distribuindo instruções ou sei lá o quê, bem ao estilo germânico de ser!
Acho que todas as pessoas que estavam no navio passavam por ali pelo menos uma vez, algumas me perguntavam o que eu estava fazendo, conversavam um pouco, outras me olhavam como se eu fosse um E.T. e seguiam seu caminho.
Um casal deveras simpático e elegante, comentou comigo que preferiam ver somente DG no palco, pois, ele e seu violino são o suficiente para entreter quem gosta de boa música e não conseguiram ver o show até o final.
O lugar era tão interessante e instrutivo que acabei tendo uma concorrente disputando o batente da janela comigo. Claro que o único que não passou por ali foi DG, um lugar prosaico demais, no qual ele seria assediado sem dó.
P.S. O texto reflete as vivência e impressões da autora.
P.S. O texto reflete as vivência e impressões da autora.
Acho estranho vc fazendo parte da vida e vendo o dia a dia de DG.vc sendo respeitosamente sendo uma porta voz da vida e sua carreira que é linda. Admiro amo suas músicas li alguns altos e baixos da sua vida até particular mas continuo gostando de música boa e um violino que só DG.sabe tocar.espero que seja simpático como demonstra ser. Mas não tenho ídolos mas bons profissionais cantores etc....
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