DG já esteve no Brasil em três ocasiões e, provavelmente, não estava preparado para nossa “selvageria amorosa”, vista pelos olhos de um alemão!
No Brasil abraçamos, beijamos e tocamos as pessoas quando as conhecemos e enquanto conversamos com elas; quando as cumprimentamos e nos despedimos; mesmo com quem não temos intimidade, pois são hábitos culturais profundamente enraizados nos brasileiros. Os sonoros tapas nas costas – outra instituição brasileira – beiram o limite entre cordialidade e costela partida. Enviar um e-mail ou whatsapp seria inconcebível sem finalizar com “bjos” e “abs” ou “abreijos” (somatória de abraços e beijos) aos amigos, parentes e até profissionais que nos atendem.
Os alemães, pessoas naturalmente “fechadas” não costumam sorrir e cumprimentar estranhos, muito menos “tocar-se“ como os brasileiros ou terminar suas mensagens com “huges and kisses”, que consideram uma invasão de privacidade; na verdade, os europeus são muito reservados quanto a esse assunto. Eles não abraçam quem não conhecem, nem beijam pessoas que não são próximas. Gostam de ter o que chamamos de “personal space”. Imagine que cada pessoa tem uma bolha em volta dela e que você não pode entrar nessa bolha. Isso faz com que deixem pelo menos 30cm de espaço entre uma pessoa e outra.
Por isso, não nos entendem, não sabem que o cumprimento brasileiro estimula a humanidade nas relações e a sinceridade do "olho no olho". Quanto tocamos um no outro gerando o tal do calor humano, nosso cérebro produz uma substância chamada oxitocina, que nos deixa calmos, relaxados e confiantes, o oposto da adrenalina, que nos prepara para correr e brigar. Como seres sociais que somos, ou deveríamos ser, nós conseguimos entender muito mais do que percebemos à nossa volta, através do toque!
Mas, esse desejo de se conectar por meio do contato e calor humano está dentro de cada um de nós de uma tal forma que não pode ser totalmente reprimido por ninguém!
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