DG sabe que não adianta ter um Stradivarius ou um Jean Baptista se eles não estiverem acompanhados de um bom arco para produzir os sons.
Os arcos para finalidades sonoras foram inventados há cerca de 7 mil anos pelos árabes. Nos séculos 16 e 17 os maravilhosos instrumentos de cordas sofreram grandes mudanças com o intuito de melhorar a sonoridade, pois, com os compositores sempre criando novas obras para auditórios cada vez maiores, houve a necessidade de maior volume sonoro.
Com o advento do grande classicismo, das grandes orquestras, as cordas passaram a receber muita atenção. E, por volta, de 1800, surgiram os grandes arqueteiros franceses, que passaram a desenhar e produzir o arco romântico, até hoje imitado.
Na trajetória de sua evolução, o arco sofreu diversas transformações: das grandes curvaturas côncavas, passou por uma silhueta quase retilínea, até a incorporação da forma atual, convexa.
O grande violinista Giuseppe Tartini (1692-1770), fundador de uma escola de violino, foi o idealizador do parafuso de ajuste do talão, que veio possibilitar o controle da tensão da crina – mas foi o grande archetier ou archetaio Nicolas Pierre Tourte, que adaptou tal mecanismo aos arcos.
Na França, no final do século 18, o filho de Tourte – François Xavier Tourte (1747-1835) – fez uma modificação que revolucionou a técnica de todos os instrumentos de cordas: por volta de 1770 ele vergou a madeira do arco em sentido contrário, convexamente, com a barriga da curva em direção à crina. A vareta foi, assim, dotada de maior tensão e nervura, ou flexibilidade (essa é a forma atual dos arcos).
O arco, às vezes, é erroneamente relegado à segundo plano, ainda que sendo parte integral na busca por um bom conjunto. Na realidade, um bom arco ajuda a aflorar as melhores características de um instrumentista, permitindo explorar os melhores “ataques” e tornando mais agradável sua experiência em tocar. O arco também tem vários tamanhos: 1/4, 1/2, 3/4, 4/4.
A Alemanha possui larga tradição na confecção de arcos, caracterizados por sua solidez e dando ao instrumentista um feeling (sensibilidade) seguro ao tocar. Encontraremos bons arcos feitos também na Itália e na Bélgica. Alguns artesãos brasileiros têm feito bons arcos no país.
Arcos de madeira de alta qualidade estão ficando cada vez mais em falta. Os poucos arcos de madeira de alta qualidade que ainda existem e estão em boa condição são muito caros. O desenvolvimento da tecnologia de fibra de carbono irá, no futuro, diminuir a demanda por arcos de madeira.
Fonte: Violinos Brasil
https://violinobrasil.forumeiros.com/t11-evolucao-do-arco?fbclid=IwAR0vEMzFz1Rthyb7nvGBi2fZLQX0AnXPftYHKoIj1whOVhS8dcOpbyOrSTk
Imagem: David Garrett FB
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