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sábado, 14 de março de 2020

A SInfonia Inacabada!


Resumo do Texto de Guilherme Nascimento *

“O tímido Schubert, que não gostava de publicidade, jamais se importou se sua música seria um dia executada. Seu interesse estava sempre na nova obra a compor.

Em vida, teve publicado menos de um terço de suas canções e pouquíssimas obras instrumentais. No entanto, muitas de suas canções circulavam em Viena em cópias manuscritas entre um seleto grupo de amigos. Após sua morte foram exatamente esses amigos, mais alguns admiradores apaixonados, tais como Mendelssohn, Robert e Clara Schumann, Brahms e Liszt, que fizeram de tudo para resgatar, restaurar, editar e difundir sua música. O mundo assistiu atordoado ao aparecimento, ano após ano, de centenas de obras inéditas.

Em seus trinta e um anos de vida Schubert compôs mais de mil obras, dentre as quais mais de seiscentas canções, quinze quartetos de cordas, sete sinfonias completas e seis incompletas, algumas óperas, seis missas e várias obras sacras, além de um grande número de obras de câmara e piano solo (incluindo sonatas, improvisos, momentos musicais e várias danças).

Mas, se a versão da doação da Sinfonia em agradecimento ao Diploma foi uma farsa, teríamos que supor que os irmãos Hüttenbrenner se apropriaram indevidamente do manuscrito. Afinal de contas, o fato é que Anselm reteve a Sinfonia e nunca a doou à Sociedade.

Por mais de quarenta anos os dois irmãos mantiveram o manuscrito em casa sem jamais mencioná-lo a ninguém, nem a Ferdinand, irmão de Schubert, nem nas memórias que Anselm escreveu em 1854, a pedido de Liszt, nem nas inúmeras cartas que escreveram em resposta às perguntas dos primeiros biógrafos de Schubert.

No final dos anos 1850 os irmãos Hüttenbrenner começaram, pouco a pouco, a mencionar a existência da Sinfonia e, apenas em 1865, trinta e sete anos após a morte de Schubert, o manuscrito foi entregue ao regente Johann Herbeck, que a estreou em Viena na Gesellschaft der Musikfreunde, no dia 17 de dezembro de 1865.

A Sinfonia “Inacabada” (Sí Menor, D.759), embora composta em 1822, foi a oitava sinfonia de Schubert a ser descoberta, por isso recebeu o título de Sinfonia nº 8.”

* Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG
Fonte: Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
https://filarmonica.art.br/educacional/obras-e-compositores/obra/sinfonia-no-8-em-si-menor-d-759-inacabada/
Imagem Schubert: https://www.seattlechoralcompany.org/portfolio/swan-song-schuberts-final-year/ 
Imagem DG: Pinterest

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