Nota!

TODOS os textos aqui publicados refletem apenas a imagem que a autora tem de David Garrett.
TODOS os créditos de imagens são mencionados quando conhecidos.
TODAS as fotomontagens são apenas ilustrativas, não refletindo uma situação real.
TODAS as fontes de matérias da mídia são mencionadas.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Harmonia Licenciosa!


O desenvolvimento da polifonia – música com muitas camadas para diversas vozes, com partes independentes e de igual valor – está intimamente ligado à Notre-Dame de Paris, a impressionante catedral, que começou a ser construída em 1160. Nesta época, Léonin, um compositor francês, criava ornamentos inusitados a duas vozes para realçar o cantochão tradicional. Com o patrocínio da catedral ele e outros compositores formaram a Escola de Notre-Dame.

A harmonia vocal evoluiu da seguinte forma: Cantochão: uma só linha vocal sem acompanhamento, em ritmo livre como a fala; Organum: adição de uma segunda voz numa oitava diferente, paralela à segunda voz; Contraponto: o entrelaçamento de tocar ou cantar simultaneamente; Harmonia: três ou mais notas musicais cantadas simultaneamente criando um acorde.

Como antes de Léonin as harmonias vocais eram muito simples, a nova ideia e mudanças foram difíceis de aceitar. A polifonia foi mal recebida, pois alguns opunham-se aos novos métodos, em especial o cardeal Robert de Courçon, que criticava os escritores de organum, alegando que essa nova música era efeminada. 

Em “Summa” ele escreveu que: “se um prelado licencioso dá benefícios a tais cantores para que esse tipo de música licenciosa e de menestréis seja ouvido em sua igreja, creio que se contamina com a doença da simonia”. Atitudes como a de Courçon que associava entrelaçamento de vozes masculinas da polifonia à sodomia, buscaram desacreditar o novo estilo musical, ligando-o ao pecado!

Proclamando a glória da polifonia, em 1198, o bispo de Paris decretou que as obras a quatro vozes fossem executadas no Natal, dia de Santo Estevão e dia de Ano Novo.

Séculos depois o violino também foi rotulado de licencioso!

Fonte: O Livro da Música Clássica Editora O Globo – pag. 28/29/30/31
Imagem: Pinterest sem crédito 

Nenhum comentário:

Postar um comentário