DG tem o dom para tocar violino, mas precisa de um bom instrumento e um excelente arco, a vareta fininha que é friccionada contra as cordas. Existem versões sintéticas, em policarboneto, mas o tradicional é o arco de madeira (pau-brasil) feito artesanalmente, por um profissional especializado chamado “arqueteiro”.
Tudo começa com a escolha da madeira; também é possível fazer arcos a partir de cumaru, ipê-roxo ou amarelo, por exemplo.
Com uma tora da madeira e, com uma plaina (ferramenta de corte), são feitas ripas e logo varetas. Usa-se, então, um aparelho de raio-X para testar a elasticidade do material, que varia de acordo com a velocidade com que os raios atravessam a madeira.
Em seguida, o pedaço da matéria-prima é mergulhado em um recipiente com água e a partir da quantidade de líquido deslocado, é calculada a densidade. Essa parte científica define se o material é adequado. Às vezes, testamos uma madeira e achamos que é boa, mas quando começamos a cortar, descobrimos nuances que a deixam ruim.
Depois das provas, o material é curvado com fogo. Em seguida, com raspadeiras e lixas, é feito o acabamento. São três ou quatro dias para confeccionar um arco, que dura até 100 anos. Depois de pronto, prende-se a ele a crina — espécie de corda que vai ser friccionada contra o instrumento. Somente quando o violino é tocado por um músico é que se tem garantia de que tudo ficou perfeito.
O capricho nesse ofício é quase sem fim, tanto que alguns mestres arqueteiros acreditam que vão passar a vida toda sem conseguir o arco perfeito!
Fonte: Revista Galileu/Arte da Criança
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