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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Ainda bem que sempre existe um "mas"!


Na terceira semana de dezembro de 2017 “ela” veio sem avisar e se instalou sem cerimônia. Chegou cheia de energia e não deixou nenhuma rota de fuga para DG. Simplesmente o derrubou e o impediu de fazer o que ama: tocar seu violino. A gripe o pegou de jeito naquele ano! 

DG tinha um compromisso dia 22 de dezembro, no Estádio de Dresden, para tocar no “Adventskonzert”, o maior concerto de Natal ao ar livre, que receberia cerca de 25 mil espectadores, interpretando seus arranjos de "Ave Maria" e "Earth Song", mas não pode se apresentar. 

Triste!!! Além de todo mal estar, seu coração deve ter ficado pesado, sabendo que frustraria o “Dresdner Kreuzchores” que contava com seu apoio e milhares de pessoas que esperavam vê-lo. Mas são percalços que ninguém pode evitar, afinal DG também é humano, suscetível à infecções e precisava se cuidar. Ser humano é isso, uns dias ótimos, outros nem tanto!

Hoje, 2020, estamos às vésperas do Natal e, embora DG esteja bem de saúde, a pandemia que vivemos cancelou os planos de todas as pessoas no mundo, paralisou as atividades, praticamente cancelou as festividades, porque o corona, diferente da influenza, pode ser mortal, sendo facilmente transmitido.

Desse modo, não se expor, não contaminar e não ser contaminado, não matar e não morrer são as prioridades máximas desta época de Natal... e isto é o certo e também é cruel! Devíamos estar nos confraternizando, estendendo as mãos, abraçando e beijando nossos amigos e familiares, mas estamos privados deste contato tão amoroso e aconchegante neste momento. 

Mas... e em algumas situações é sempre bom contar com um “mas”.... não existe mal que nunca termine e assim como veio, o vírus irá embora e se não for, será controlado, pois vivemos um admirável, inteligente e criativo mundo novo. 

E, se esta pandemia nos ensinou alguma coisa importante é o quão indissociavelmente interconectados e interdependentes somos, do ponto de vista biológico, econômico e ambiental. A desaceleração da nossa frenética economia, nos permitiu fazer um pitstop, olhar em volta e recalibrar o nosso “normal”, que afinal talvez não fosse assim tão normal. E muito ainda vai mudar, isto é só o começo.

Temos um caminho a percorrer, desenvolvendo um novo jeito de caminhar, assimilando a aprendizagem para reinventar e programar um “normal” novinho, mais adequado para que isso não volte a acontecer e possamos ter de volta nossa proximidade, pois somos seres sociáveis e isso jamais vai mudar!

Somos resilientes, adaptáveis, fortes, aventureiros, não desistimos e conhecemos o valor da vida... somos humanos e vamos todos sair desta pandemia fortalecidos! 

Fonte: Süddeutsche Zeitung
P.S.O texto trata apenas da imagem que a autora tem de David Garrett

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