DG está absolutamente certo praticando o ”crossover”. Sua criatividade e seu pequeno violino têm conseguido capturar a atenção de milhares de pessoas que nunca se interessaram pela música erudita, não apenas para ouvir e apreciar, mas também despertando curiosidade suficiente para que conheçam os compositores e suas obras, ampliando de forma significativa a bagagem cultural de seus fãs. Isto é admirável e chega num momento crítico para a música erudita.
(trecho artigo DW)
“Poucos países possuem uma herança musical tão significativa quanto a Alemanha, cujo patrimônio não se restringe a suas fronteiras geográficas. Ele abrange tanto a obra de compositores alemães, como Johann Sebastian Bach, Beethoven, Schumann, Mendelssohn, Brahms, Wagner e Hindemith, como também os austríacos Haydn, Mozart, Schubert, Schönberg, Berg e Webern e muitos outros que viveram no espaço do idioma e da cultura alemães.
Porém uma longa e venerável tradição não basta para manter viva uma forma de arte. Também a música erudita precisa de público e sua falta vem provocando uma crise que ameaça a existência do setor.
As causas são múltiplas. Como o resto do mundo, a sociedade alemã evolui e redefine seus valores; a "formação clássica" e o "cidadão culto" – que lia os livros indispensáveis, frequentava regularmente concertos e teatros – perdem inexoravelmente relevância. A tradição de executar música clássica como hobby (hausmusik) tampouco resiste às influências globalizantes.
Um caminho tem sido desenvolver estratégias inovadoras, como campanhas publicitárias ousadas e programas combinando clássico e jazz, rock ou pop. Porém, se o público da música erudita é cada vez mais idoso e reduzido, a solução definitiva só pode ser investir nas novas gerações, despertar o interesse pela arte musical desde a infância, formando plateias.
Teoricamente, a escola seria a plataforma ideal para esta tarefa. Na prática, as aulas de música têm status menor nos currículos escolares e são as primeiras a serem sacrificadas nos cortes de verbas.
Maior sucesso alcançam os projetos que aproximam colegiais e artistas atuantes. Notáveis neste aspecto têm sido as oficinas da Filarmônica de Berlim, iniciadas pelo maestro inglês Simon Rattle. Unindo música e movimento, elas permitem aos jovens – especialmente da periferia da capital – vivenciar diretamente o repertório moderno e contemporâneo, expandindo seus horizontes culturais.
No início do século 21, a música erudita na Alemanha enfrenta o grande desafio de (re)encontrar o seu lugar como parte viva da sociedade.”
Fonte: DW Brasil
https://www.dw.com/pt-br/a-m%C3%BAsica-erudita-na-alemanha/a-1067349
Imagem sem crédito na web
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