A tradução mais apropriada para a palavra é cruzamento. Ele ocorre quando um ou mais elementos de um universo se mistura com elementos de outro universo. Um dos crossovers musicais mais conhecidos é o que mistura a música clássica com outros gêneros, em especial o pop ou rock.
Na verdade, crossover é um mix de coisas: é a introdução de um instrumento típico de orquestra em uma banda de rock (o violino, por exemplo), é uma banda de rock tocando junto com uma orquestra, é o arranjo de um rock com elementos típicos da música clássica (coral ou o toque do violino), é a guitarra elétrica na orquestra tocando um clássico, passando ainda pelo modo de vestir-se e apresentar-se dos músicos.
Houve um período, já distante, em que poucos acreditavam que a refinada música clássica poderia combinar com o barulhento rock and roll. Mas, em algumas de suas canções, bandas como os Beatles já conseguiam incluir instrumentos orquestrais como o violino; entretanto, a ideia de uma banda de rock tocar ao lado de uma orquestra inteira ainda parecia inconcebível.
Felizmente, várias bandas conseguiram provar que a música clássica e o rock não se deparam, mas se completam. O Deep Purple foi um dos pioneiros, a ousar tocar com uma orquestra, em 1969. O álbum, intitulado “Concerto for Group and Orchestra” foi o primeiro da banda. Ao lado da Royal Philharmonic Orchestra, o Deep Purple executou grandes clássicos.
Trinta anos mais tarde, foi a vez do Metallica surpreender. Quando o show foi anunciado, muitos duvidaram que o pesado som da banda de Lars Ulrich combinaria com a refinada Orquestra Sinfônica de São Francisco, porém o resultado surpreendeu de uma forma espetacular. O regente Michael Kamen e seus músicos provaram que a orquestra pode sim combinar com o metal. O show de mais de duas horas se tornou impecável, desde a abertura com a instrumental “The Ecstasy of Gold” até a pesada “Battery”, que encerra a apresentação.
Depois vieram Scorpions & Berliner Philarmoniker Orchestra, Kiss & Orquestra Sinfônica de Melbourne, Dream Theater que lançou dois discos acompanhada por orquestra. A música “Bohemian Rhapsody”, da banda Queen, é um bom exemplo da junção de elementos clássicos, como o coral e instrumentos de orquestra, em uma obra do gênero rock.
Músicos clássicos, como DG, têm chamado a atenção com seus crossovers que unem instrumentos típicos de orquestra em shows e concertos de música pop, incluindo ainda seu modo de vestir-se e apresentar-se ao público, somando tudo num pacote palatável para todos os gostos.
Apesar de muitas controvérsias e críticas em relação ao crossover clássico, ele tem contribuído cada vez mais para a difusão da música de concerto e a eliminação do seu rótulo de “música para a elite”.
Ah, e quer saber... um estudo que analisa a relação entre gosto musical e personalidade sugere que há grande semelhança entre fãs de música clássica e aqueles que gostam de heavy metal; são todos farinha do mesmo saco!
Fonte: lounge.obviousmag.org
http://radios.ebc.com.br/caderno-de-musica/2018/02/crossover-classico-e-o-tema-do-caderno-de-musica-deste-sabado
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