DG está sempre numa "ponte aérea", de aeroporto em aeroporto, deve ter milhares de horas de voo, entretanto perdeu seu aeroporto preferido, Tegel em Berlim que foi desativado, mas foi parte de uma história incrível, veja só....
Resumo texto de Goytá
Em seus pouco mais de 100 anos de história, a aviação já teve muitos momentos heroicos, mas provavelmente nenhum se compara à ponte aérea que manteve vivo o setor ocidental de Berlim durante mais de dez meses.
O Bloqueio de Berlim (24/6/1948 – 12/5/1949) tornou-se uma das maiores crises da Guerra Fria, desencadeada quando a União Soviética interrompeu o acesso ferroviário, rodoviário e hidroviário à cidade de Berlim Ocidental. Seu objetivo era forçar as potências ocidentais a sair e perder o controle sobre parte da cidade, uma vez que Berlim, embora dividida, ficava inteiramente na zona soviética.
Como não houve tratado prévio entre as partes vencedoras da guerra, todos os caminhos terrestres foram boqueados, a única saída eram as rotas aéreas, que haviam sido acordadas. Assim, em resposta, os aliados ocidentais organizaram a “Ponte Aérea de Berlim” para transportar suprimentos para as pessoas da parte Ocidental. A Força Aérea dos Estados Unidos e os britânicos da Força Aérea Real fizeram mais de 270 mil voos em menos de um ano, com até 4700 toneladas diárias de suprimentos, como combustível e comida para os berlinenses.
A tarefa não era pouca coisa. Os cálculos indicavam que teriam que ser transportadas mais de 1500 toneladas de alimentos por dia para a cidade, mais 3500 toneladas de carvão, gasolina e outros combustíveis para os veículos e para a geração de eletricidade – isso no verão, porque no inverno ainda haveria a necessidade de aquecimento.
O avião disponível na ocasião – o americano Douglas C-47 (versão militar do DC-3) – levava apenas 3,5 toneladas por voo. Na prática, isso queria dizer que seriam necessários mais de mil voos por dia – uma loucura! Mas foi feita, com os americanos logo despachando para a Alemanha toda a sua frota de C-54, um avião maior, derivado do DC-4, e os ingleses reforçando a frota da RAF com aviões australianos, canadenses, neozelandeses e sul-africanos (na época, todos esses países eram domínios britânicos e portanto não violavam os tratados do pós-guerra).
Em uma semana, a ponte aérea já estava operacional, levando suprimentos para os aeroportos Tempelhof e Gatow. Depois de um mês, ficou claro que a situação se estenderia por muito tempo e a operação foi reorganizada. Os C-47 logo foram completamente substituídos pelos C-54 e pelos britânicos Avro York, que além de levarem mais carga (10 toneladas), eram descarregados mais rapidamente. Os pousos e decolagens sucediam-se a intervalos de apenas três minutos e com meros 500 pés (152 metros) de separação!
E, até no meio de uma operação séria e pesada dessas há momentos de ternura: os pilotos americanos começaram a jogar balas e chocolates amarrados em míni-paraquedas feito com um lenço, para crianças que se aglomeravam em pontos da aproximação do aeroporto Tempelhof; seus aviões eram chamados de “Rosinenbomber” (bombardeiros de passas). Muitos berlinenses idosos hoje têm lembranças literalmente doces disso.
No final de agosto de 1948, a ponte aérea já estava levando 5000 toneladas em cerca de 1500 voos por dia, mas o inverno se aproximava e a necessidade de carvão para o aquecimento dobraria essa necessidade. Os franceses, que não podiam ajudar com aviões, construíram um terceiro aeroporto em Tegel, seu setor de Berlim. A pista de 2400m foi concluída em apenas 90 dias, com mão-de-obra principalmente feminina trabalhando dia e noite.
Novembro e dezembro de 1948 foram difíceis por causa do mau tempo constante, que diminuiu muito as possibilidades de voo, mas a cidade resistiu e a partir de janeiro o tempo melhorou, enquanto a eficiência da ponte aérea só aumentava. Ficou claro para os soviéticos que a ponte aérea era um sucesso e poderia continuar indefinidamente. Em 12 de maio de 1949, o bloqueio finalmente foi suspenso, embora os voos continuassem por mais um tempo para garantir fartas reservas à cidade, numa política que foi mantida até a reunificação, 41 anos depois.
Foram realizados 277.278 voos e transportadas 2.326.205 de toneladas de gêneros básicos. Foi um episódio heroico da aviação, cujos acidentes custaram a vida de 78 pessoas (31 americanos, 39 ingleses e oito alemães).
Nunca se viu nada parecido, nem antes, nem depois!
Fontes: Aviões e Música/2012
http://www.avioesemusicas.com/um-episodio-heroico-da-aviacao-a-ponte-aerea-de-berlim.html
http://www.avioesemusicas.com/author/goyta
https://simplesmenteberlim.com/berlin-blockade-und-die-luftbrucke-bloqueio-de-berlim-e-a-ponte-aerea-de-berlim/
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