Marianne Ubaleht: Não? Por que não?
DG: É só um violino.
Marianne Ubaleht: Mas você passa muito tempo com ele, por que você não tem um nome para ele?
DG: Porque eu me considero são!”
Ora, o nome é a primeira marca que se dá a todo ser humano. É uma palavra e, como tal, traz consigo uma série de significados e uma longa cadeia de associações. E o ser humano nomeado, nomeia tudo o que existe no mundo: pessoas, animais, plantas, objetos, ruas, cidades, países, nada escapa, porque o que não é nomeado não existe.
O fato é que gostamos de nomear tudo do nosso modo, principalmente aquilo que consideramos nosso, seja um objeto ou um animal ou uma planta, não importa. Dar um nome a alguma coisa equivale a lhe dar um lugar especial dentro do nosso mundo particular; colocamos alguma coisa de nossa própria alma no destinatário do nome que escolhemos e lhe conferimos ao mesmo tempo uma identidade própria e singular. Nós o batizamos, o tiramos do limbo, o trazemos para a luz, para um lugar especial em nossa vida!
Isto é o fazemos inconscientemente quando nomeamos aquilo que nos pertence, que cuidamos, que consideramos como um parceiro, um amigo, aquilo que amamos e que retribui nos servindo. Quase todas as pessoas fazem isso; alguém tem uma motocicleta que se chama “Poderosa”, outro tem um ursinho nomeado ”Joseph”, um amigo tem um celular apelidado “Cell”... e vai por aí... quando falamos de violinos então, os nomes são os mais diversos possíveis: Messias, Bela Adormecida, Lady Blunt, Viotti, Lipinski, Vieuxtemps, Khevenhuller, Il Cannone, Gould, Francesca, Antonius, Molitor, Piccolo e muitos outros interessantíssimos.
Será que somos todos insanos?
Fonte: Entrevista Koonika/ Marianne Ubaleht - 18/10/2017 https://kroonika.delfi.ee/news/muusika/publiku-video-rokkstaarist-viiuligeenius-david-garrett-mu-viiulil-pole-nime-sest-ma-pole-hullumeelne?id=79867188
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