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terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Afinal, Papai Noel existe!


O outono se iniciava em Nova York naquele ano de 1897 quando chegou ao jornal “The Sun” uma carta escrita por uma garotinha de 8 anos, chamada Virginia O’Hanlon, que dizia: “Caro editor: eu tenho 8 anos de idade. Alguns dos meus amiguinhos dizem que não existe Papai Noel. Meu papai diz: ‘O que o jornal ‘The Sun’ disser é a verdade’. Por favor, diga-me a verdade: existe Papai Noel?”


A resposta foi escrita pelo editor Francis Pharcellus Church e publicada pelo jornal como um editorial, no dia 21 de setembro de 1897. Desde então, tornou-se o editorial mais importante da história do jornalismo mundial, com inúmeras traduções, tendo aparecido em vários livros e filmes e outras publicações ao redor do planeta. Motivo: foi uma resposta tocante, inteligente e extremamente verdadeira.


“Virgínia, seus amiguinhos estão errados. Provavelmente foram afetados pela descrença de uma época em que as pessoas acreditam em poucas coisas. Só acreditam naquilo que vêem. Eles acham que o que não compreendem com suas cabecinhas não pode existir. Todas as mentes, Virgínia, sejam dos adultos ou as das crianças, são limitadas.


Nesse nosso grande universo, o homem é um mero inseto, uma formiguinha, quando seu intelecto é comparado com o infinito que o cerca ou quando medido pela inteligência capaz de entender toda a verdade e conhecimento.


Sim, Virgínia, Papai Noel existe. Isso é tão certo quanto a existência do amor,
da generosidade e da devoção, e você sabe que tudo isso existe em abundância trazendo mais beleza e alegria à nossa vida. Ah! como seria triste o mundo sem Papai Noel! Seria tão triste quanto não existir Virgínias. Não haveria então a fé das crianças, a poesia e a fantasia para fazer a nossa existência suportável. Não teríamos alegria nem prazer a não ser com os nossos sentidos: seria preciso ver e tocar para poder sonhar. A transparente luz das crianças, com a qual inundam o mundo, seria apagada.


Não acreditar em Papai Noel!... É o mesmo que não acreditar em fadas! Você poderá pedir ao seu pai para contratar muitos homens para vigiar todas as chaminés na véspera de Natal e assim pegar Papai Noel; mas, mesmo que você não o visse descendo por elas, o que isso provaria? Ninguém vê Papai Noel, mas não há sinais de que ele não existe. Você por acaso já viu fadas dançando no jardim? Claro que não, mas não há provas de que elas não estejam por lá. 

Ninguém pode conceber ou imaginar todas as maravilhas do mundo que nunca foram vistas e que nunca poderão ser admiradas. As coisas mais reais do mundo são aquelas que nem as crianças nem os adultos podem ver. Se quebrarmos o chocalho de um bebezinho, poderemos ver o que faz aquele barulho lá dentro, mas existe um véu cobrindo o mundo invisível que nem o homem mais forte, nem mesmo toda a força de todos os homens mais fortes do mundo reunida, poderia rasgar. Somente a fé, a poesia, o amor e a fantasia podem abrir essa cortina e desvendar a beleza e a glória celestial que existem por trás dela. 

Será que tudo isso é real? Ah, Virgínia, em todo este mundo não existe nada mais real e duradouro. Se Papai Noel existe? Graças a Deus ele vive e viverá para sempre. Daqui a mil anos, Virgínia, e ainda daqui a dez mil anos ou dez vezes esse número ele continuará a fazer feliz o coração das crianças.”

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