Talvez DG não tenha tido a oportunidade de ouvir as Bachianas Brasileiras, embora em sua educação musical certamente tenha conhecido o nome de Heitor Villa-Lobos, o maior compositor erudito brasileiro do século XX.
Bachianas Brasileiras é uma série de nove composições do maestro escrita entre 1930 e 1945. Nesse conjunto, criado para formações diversas, Villa-Lobos fundiu material folclórico brasileiro (em especial a música caipira) às formas pré-clássicas no estilo de Bach, intencionando construir uma versão brasileira dos Concertos de Brandemburgo. Todos os movimentos das Bachianas, inclusive, receberam dois títulos: um bachiano, outro brasileiro.
Duas curiosidades chamam a atenção nas Bachianas: a primeira é que elas são formadas por movimentos que receberam dois nomes: um que remete à música erudita; e outro à música brasileira. Por exemplo: a bachiana número 1 é formada por três movimentos: a introdução, que também foi chamada de Embolada, o prelúdio, que recebeu ainda nome de Modinha e a fuga, também foi batizada de Conversa.
A segunda curiosidade é que, apesar de seguirem uma ordem numérica, não significa que elas foram compostas em ordem cronológica. A Bachiana número 4, por exemplo, foi feita em 1930; já a número 3, foi escrita em 1938.
Vale destacar ainda que as Bachianas foram pensadas para vários tipos de instrumentos. A número 1 foi escrita para oito violoncelos; a 2, para orquestra de câmara; a 6 para flauta e fagote, a 7 e a 8 para orquestra; a 9 para coro ou orquestra de cordas; a 5 para soprano e violoncelos; a 3 para piano e orquestra; e a 4 apenas para piano.
Mesmo sendo considerada a obra mais reconhecida de Villa-Lobos, alguns movimentos de algumas bachianas são mais famosos que outros, como a Tocata (O Trenzinho do Caipira, que se caracteriza por imitar o movimento de uma locomotiva com os instrumentos da orquestra), quarto movimento da n° 2; a Ária (Cantilena), que abre a de n° 5; o Coral (Dança do Sertão) e a Dança (Miudinho), ambos na n° 4.
Fonte: https://jornalggn.com.br/musica/erudita-brasileira/clone-de-villa-lobos/
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